Colibri representa a música baiana com disco de estreia solo

Foto: Laryssa Machada

Produzido por Tiago Simões, do Cremenow Studio, registro marca uma jornada repleta de invenções e experimentalismos na carreira do artista baiano.

É um disco imersivo e muito sincero. Ele nos fez extrapolar as paredes do estúdio e usar  um universo inteiro que existia ao nosso redor como instrumento. Na busca de uma voz própria, percebemos que a força daquilo que fazíamos estava na capacidade de congregar pessoas em torno de sentimentos profundos, nutrindo reflexões sem impor limites. Pra nós, a música é este fenômeno coletivo que comunica algo que muitos sentem, é onde todo o infinito da cabe”, explica.

Entre as principais inspirações do projeto, a voz e violão no “disco do tênis”, de Lô Borges, “Qualquer Coisa”, de Caetano Veloso e “Milagre dos Peixes”, de Milton Nascimento, além do homônimo Geraldo Azevedo, de 1977. 

“RAM”, de Paul McCartney e “Pink Moon”, de Nick Drake, também são referências importantes que somam-se com as texturas de “7”, do Beach House, o sentimentalismo do “Crack-Up”, de Fleet Foxes e a abstração de “House In The Tall Grass”, de Kikagaku Moyo.

O resultado visita, de um jeito afetuoso e familiar, a música popular, o cancioneiro nordestino, o rock progressivo, a extravagância dos anos 60 e os toques percussivos de matriz africana que estão na raiz da música brasileira. Colibri explora a linguagem do mistério para expressar o infinito. Suas letras possuem um ar romântico e não-objetivista do simbolismo, trazendo leveza, esperança no transcender proporcionado pela arte e o apreço pelo que há de vir.

Vale dizer que esse é, sobretudo, um convite que faço para comemorarmos as melhores coisas da vida juntos, deixando a alma fluir… Acima de toda e qualquer frieza. Acima de todo e qualquer preconceito. Nesse momento precisamos reconhecer – antes que a gente se perca na onda de ódio que está espalhada por aí – a força do afeto. Acredito, de verdade, que a arte tem o papel fundamental de diluir as tensões e, com esse trabalho, nos esforçamos para que isso tudo pudesse ser contemplado”, explica o artista que é acompanhado por Rodrigo Santos (teclado), Levi Vieira (guitarra), Victor Vogel, Bernardo Passos e Gabriel Burgos (bateria e percussões).

Com 11 faixas, “Canto de Colibri” é rio/céu, mata/caverna, chuva/vento, tempo/além. Sensível e atento aos detalhes , faz o caminho de volta para si mesmo, onde cada passo é muito bem descrito, como capítulos da mesma história.

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