As Vespas estão de volta e lançam “Amor em Tempos de Cólera”

Foto: Mafê

Produzido por Lucas Silveira (Fresno, Capital Inicial, entre outros) a canção – que já é conhecida nos novos shows da banda – faz alusão a um romance de Gabriel Garcia Marquez (Amor nos Tempos do Cólera) para mandar um recado sobre os dias de hoje, envoltos em discórdia e complicação, como diria Mário de Andrade no romance Amar, Verbo Intransitivo.

Em uma era em que todos vivem das aparências postadas nas mídias sociais, sempre felizes e bem sucedidas, perfeitas e vitoriosas, o eu lírico da música, como o Fernando Pessoa de “Poema em Linha Reta”, se aceita incompleto, como se fosse o único no mundo que fosse mortal, e se questiona sobre o estado das coisas e ainda se é possível que o amor sobreviva depois de mais essa crise na humanidade.

Existencialista, “Amor em Tempos de Cólera” tem letra de Adalberto Rabelo Filho e foi gravada por Thadeu Meneghini, fundador das Vespas Mandarinas, agora acompanhado por Michele Cordeiro na guitarra , Helena Papini no baixo e Peu Lima na bateria, além de várias intervenções musicais do próprio Lucas. A canção também cita a banda Cólera, uma banda punk paulistana pioneira, ícone do rock paulista dos anos 80, que sempre foi à frente do seu tempo, liderada por um frontman apaixonado e aguerrido nas causas libertárias, Redson, que estampa a capa do single numa homenagem que remete também ao The Clash e a Elvis Presley. A sonoridade mais crua e roqueira, até com algumas pitadas de rock anos 90, remete à natureza das canções do consagrado Animal Nacional, de maneira madura.

Junto com a presença em todas as plataformas digitais, a banda também lança clipe dirigido por Luca e Davide Bori, integrantes da banda Vivendo do Ócio e amigos de longa data das Vespas, que agora se aventuram na Bori Filmes.

Esse lançamento também funciona como uma homenagem ao recém falecido Marcelo Yuka, parceiro da banda em algumas canções de Daqui pro Futuro, que em 2017 lançou seu único disco solo, Canções pra Depois do Ódio, no qual afirmava sua crença no amor como ferramenta de revolução e salvação.

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