Crítica – Anabelle II

Por Paulo Guedes

Após ser a franquia que mais deu certo depois de Jogos Mortais, outro filme segue a história de Anabelle no universo criado pelo diretor James Wan.

A película conta a história de um artesão e sua esposa, que traumatizados pela perda de sua filha, recebem uma freira e várias meninas de um orfanato em sua casa, logo se tornando o alvo de uma criação possuída por um demônio, Annabelle.

Este universo começou em 2013, quando Invocação do Mal surpreendeu não apenas pelos impressionantes números de bilheteria (US$ faturou 318 milhões em todo mundo), mas também pela qualidade do roteiro e do clima de suspense. O resultado acabou dando origem a continuação Invocação do Mal 2 e o spin-off Annabelle. Acontece que o primeiro filme de Anabelle, dirigido por John R. Leonetti foi lançado um ano após Invocação do Mal e ficou muito claro, pela falta de originalidade e qualidade cinematográfica, que tinha sido feito apenas para se aproveitar sucesso do seu antecessor.

No primeiro filme vemos a boneca já inserida em um família. Este filme passada exatamente antes do início da história do primeiro, inclusive com vários links no universo de Invocação do Mal. O filme começa com um clima e termina em outro, parece até que são dois filmes dentro de um, tamanhas reviravoltas que acontecem. Falando em reviravoltas, o mais legal, na minha opinião, é que este filme pega emprestado um pedaço do primeiro filme de Anabelle e se encaixa exatamente onde os fãs de filmes de terror esperavam, explicando todas os buracos deixados pelo primeiro filme, com o mérito de ainda, deixar os fãs sedentos por mais filmes da saga.

O interessante é que o filme funciona como uma metáfora para a saga de Janice (Talitha Bateman): contra a falta de inclusão por conta de sua deficiência, a força de manter a amizade com sua melhor amiga Linda (Lulu Wilson) a despeito de tudo e a dificuldade de fazer com que adultos, no caso a Irmã Charlotte (Stephanie Sigman),  levem em conta o que uma criança de fato pensa.

A força do filme repousa na fotografia, roteiro e nas atuações assim como nos filmes que fizeram sucesso na saga. Destaque especial para o casal Mullins e para as três atrizes citadas acima.

Junto com as meninas, aos poucos, começamos a entender que tudo ali naquela fazenda tem vida; que tudo é envolvido (e ainda vivo) através de uma força maligna, assim como acontece nos outros filmes da franquia Invocação do Mal.

Este filme é tão superior ao primeiro filme de Anabelle, que daqui uns anos os fãs de terror vão ignorar que existiu um primeiro Spin-Off, assim como alguns fãs do Universo de Star Wars ignoram a existência do Episódio I – A Ameaça Fantasma.

Desta vez, com tempo e com um produtor desses bixo, conseguiram fazer a “bonequinha” se encaixar perfeitamente no universo da história. Fiquei até com vontade de ver todos os filmes de novo – e ao lembrar que os filmes são baseados em fatos reais – de sair correndo daquela sala escura de cinema. Tá, eu to brincando. Mas que dá um pavorzinho, dá.

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