Clara Anastácia Lança “Diaba”

Foto: Eito Muniz

Single traz sonoridade pop dançante e assume a figura de uma mulher perigosa, bruxa e feiticeira

Para esquentar a estreia do disco “Na Minha Boca”, Clara Anastáciaacaba de lançar o single “Diaba”, música que, além de ser uma das mais quentes do álbum, é um fronte festivo, que vai de uma forma pop, sexy e dançante assumir a figura de mulher perigosa, bruxa, feiticeira, condenada por fazer de sua existência a sua maior potência e luta.

A track  nasceu após uma tradição da cantora de sempre se fantasiar de diaba na quarta-feira de cinzas e, também, da inspiração encontrada no trabalho do artista visual Mulambö. Ele traz a ancestralidade e a cultura da periferia em uma construção artística e conceitual do corpo diaspórico.

A sonoridade vem da musicalidade cubana, baiana e, principalmente, da construção de uma orquestração de percussão onde passeia a voz, a letra, a guitarra e o baixo – marca do novo registro, que não possui bateria em sua composição sonora. 

As influências são diversas, como a obra “Faço Fogo e Carrego a Fogueira”, do próprio Mulambö, o texto da Jota Mombaça “Pode um cu mestiço falar”, além de Itamar Assumpção, Naná Vasconcelos, Jovelina Pérola Negra, Clementina de Jesus,  o funk carioca e todos os pontos de pomba gira, entidade de Umbanda.

Com sensualidade e bruxaria, “Diaba” é a macumbaria da Clara Anastácia que tem todas as suas bocas abertas, fogo nos pés e nas mãos. É a abertura de um trabalho contemporâneo, uma obra pretofagica feminista.

“Diaba é o alter ego de toda mulher negra que permite que a feiticeira dentro dela se comunique, é a fogueira que não deixa impune seus opressores. É uma convocação. É a ideia de por o patriarcado no lugar dele, longe das nossas construções, no lugar “céu” que não é o Orun. E queimar, transmutar nossas dores. É uma lupa no que mais me atravessa, que são as mulheres negras de terreiro e como essas mulheres têm toda uma história de criar um campo energético de proteção para si e para os seus”, conta.

O single, disponível em todas as plataformas digitais, teve produção musical de João Werneck e Rodrigo Maré via Plataforma “Amplifica Music”.

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