Crítica: Coringa (2019)

Por Rayana Garay

Antes de escrever esse texto tive dar um tempo para organizar tudo que tinha assistido sobre o longa “Coringa“, que tem distribuição de Warner Bros. Pictures e sob direção de Todd Phillips. A expectativa estava grande por diversos fatores tais como a atuação de Joaquin Phoenix (Coringa), como seria retratado essa fase do vilão, as técnicas cinematográfica. Além disso, o personagem já mexeu quanto outros atores, a tarefa seria difícil para Phoenix, que tem como clássico o longa romântico “Her” (2013).

Sem dúvidas, todos os apontamentos já indicavam que seria um grande filme para este ano: estavam certo! Isso porque o encontro da produção pode retratar o início do Coringa, da DC, de como ele se tornou tal pessoa e isso pôde ser mostrado sem ao menos perder a essência das outras produções. De como o personagem Arthur Fleck (personagem de Joaquin Phoenix) teve de enfrentar todos os problemas sem ao menos ter a coincidência disso, embora soubesse que tinha problemas psicológicos, que também é contada no filme.

Coringa” apresenta traumas vividos por quem não tinha voz, numa época onde a economia refletia diretamente na Gotham City (cidade fictícia criada pela DC Comics), faltavam de empregos, oportunidades, setores públicos como atendimento a saúde estavam fechando, enquanto os futuros políticos prometiam mudança, mesmo que não se importasse com esse cenário. Um dos diversos detalhes foi a forma como Arthur protegia e cuidava de sua mãe Penny Fleck (interpretado por Frances Conroy), que já era uma senhora de idade e mesmo assim se preocupava com o futuro de seu filho. Ela adorava assistir os programas clássicos de humor na sua TV que exibia cores preto e branco. Sua maior adoração era o apresentador Murray Franklin (interpretado por Robert De Niro), que logo se tornou referência para Arthur querer ser comediante.

Fleck, embora houvesse diversos acontecimentos terríveis, ele era um sonhador. Tinha como ocupação ser um palhaço e vivia acompanhando eventos de comédia para buscar referência para seu futuro stand up, porém não era tão bom em público já que sofria de um transtorno neurológico, que faz a pessoa ri em momentos impróprios, por exemplo. O longa retrata acontecimentos de poucos dias que mudam completamente de cenário e isso faz com que ficamos perplexos sem saber descrever o que está sentido, pois ter empatia, sentir raiva, angústia, felicidade e depois pena, isso pode descrever a mistura de sentimento que um filme completo transmite, porém é bastante violento para retratar a vida do vilão mais conhecido dos quadrinhos da DC.

Coringa” contou com uma grande produção que pensou em cada detalhe das cenas com imagens de uma fotografia incrível, dando ênfase para o primeiro plano deixando o restante desfocado. Além disso, retratou o cenário da época, nos tons mais quentes e opacas indicando filmes das décadas dos anos 70 e 80. Pôde mostrar um momento diferente e delicado para Bruce, que deu a entender sobre a possibilidade de Arthur ser seu irmão. E até mesmo como foi a morte dos pais de Bruce, que era tão novo e não parecia entender os acontecimentos.

Além disso, destaque para atuação do ilustre Robert De Niro, que trouxe mais momentos de tensão para o longa ao lado de Joaquin, que representou a difícil mudança de figura do Coringa. Joaquin Phoenix proporcionou momentos que com certeza irá entrar para história da sétima arte. Toda dedicação e cuidado que o ator teve para entregar cenas mais realistas que chegam a impressionar. De fato, fácil não foi produzir esse longa, porém as diversas mensagens que ele trouxe irão permear por muito tempo.

Coringa” já teve o ponta pé iniciado quando foi apresentado em dos mais importantes festivais de cinema, no qual ganhou o prêmio de “Leão de Ouro” no Festival de Veneza. Agora, chegou a hora de ser apresentado para o mundo essa obra completa que se torna poética, cômico e até mesmo perturbador. “Coringa” estreia hoje, dia 03 de outubro, nos cinemas brasileiros.

Coringa
Todd Phillips

Nota: 5,00 /5,00
Drama/Suspense. 2h2m

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