Por Rayana Garay
O Dia do Rock ganhou um novo significado para os porto-alegrenses. Isso porque a banda de referência do rock gaúcho se despediu dos palcos neste último sábado, 13 de julho, no Bar Opinião. Com dois shows marcados, sendo um às 18h com os ingressos quase lotados e outro para às 20h já esgotado, a Cachorro Grande pode proporcionar um apanhado das canções somam mais de 20 anos de estrada.
Durante o show das 18h, Beto Bruno, vocalista da banda, mencionou a lembrança em ter assistido uma apresentação do Bob Dylan, em 1997. Ele estava na plateia assistindo Dylan, imaginando quando estaria ali no palco, que é considerado um dos mais consagrado do Rio Grande do Sul.
Anos depois, ele estava com seu grupo fazendo turnê pelo Brasil, mostrando o potencial do rock gaúcho. Logo se tornando referência até mesmo um gênero musical, que ganhou um especial na emissora MTV, no ano de 2005, com o Acústico MTV: Bandas Gaúchas. Como era bom!
Cachorro Grande foi uma das poucas bandas que mostrou o nosso “rock” passando assim a ser reconhecido. Eles sempre tiveram presentes nas grandes mídias e, hoje, estão sendo disseminados pelas plataformas digitais, fazendo com que tenham novos públicos.
A sorte foi quem assistiu o grupo antes desta turnê de despedidas, que levantou a galera já com os primeiros acordes de guitarra do criador da banda Marcelo Gross, além dos teclados mais roqueiras de Pedro Pelotas, baixo do Rodolfo Krieger, e mais novo (pena ter entrado perto do fim) Eduardo Schuler, na bateria, substituindo o Gabriel Azambuja.
Embora houvesse uma chuva intensa na capital, não fizeram com que o público perdesse a oportunidade de se despedir da banda e vivenciar esse grande momento. Não faltaram as clássicas músicas da banda, que fizeram o público vibrar e gritar com todas as suas letras. Teve momento de nostalgia, cantorias e é claro banho de cerveja. Sentimos falta de perceber aquela roda punk, que embora não coubesse para aquela ocasião, já marcou diversos momentos.
Entre brincadeiras e outras, Beto e Gross se abraçaram em diversos momentos, além disso, o vocalista ficou inúmeras vezes observando o público, olhando cada detalhe da casa de show, parecendo se despedir e até mesmo agradecendo.
Talvez, dando um até breve, pensando num próximo retorno. Não sabemos ao certo, mas percebemos que o público queria mais muito daquela noite que já estava chegando ao fim do primeiro show, logo iniciaria um outro. Talvez tivesse sido mais intenso que o primeiro, mas com certeza não foi tão emocionante quanto. Dava para ver os sentimentos permeando por todos que se encontravam ali.
Felizes foram aqueles que puderam se despedir e aqueles que não puderam, você (s) não sabe (m) o que perdeu (ram)! Com certeza o tempo estava feio, mas foi um dia perfeito. Foi dia de rock, bebê, e era gaúcho.