Por Rayana Garay
Porto Alegre foi o palco de um cenário, neste último sábado, 11, para receber a banda Los Hermanos que marcou e ainda marca a geração de muitas pessoas. Há quem teve o privilégio de acompanhar os lançamentos dos principais álbuns do grupo, porém tivemos uma surpresa no início de abril. “Corre, Corre” foi apresentado ao público sem ter muitas pretensões. Cabia ao estilo da banda e por isso foi incluída no repertório. No último sábado, embora estivesse com todo aquele frio na capital gaúcha, o público se reuniu no Pepsi on Stage para prestigiar Los Hermanos, após quase quatro anos desde a última reunião que ocasionou uma turnê nacional.
Agora, com um novo show, Marcelo Camelo, Rodrigo Amarante, Bruno Medina e Rodrigo Barba estão proporcionando pelo Brasil uma nova vivência para relembrar os momentos que foram marcados por suas canções. Para acalmar os ânimos de quem aguardava por mais um show inesquecível, a banda deu ponta pé inicial com a música “A Flor”, que faz parte do álbum “Bloco do Eu Sozinho”, lançado em (2001), dando início pontualmente a apresentação marcada às 22h. Era nítido perceber as diversas reações de mais de cinco mil pessoas que lotaram o Pepsi, que principalmente estavam empolgados cantando todas as músicas e, sim, também estavam emocionados por cada canção. Quando tocavam os primeiros acordes, o público gaúcho já percebia qual seria a próxima canção e vibrava.
“Além do Que Se Vê” e “Retrato do Laia” deram início daquela apresentação histórica, que embora não chegaste próximo da quantidade de pessoas que lotaram os outros shows pelo país, Porto Alegre não ficou para trás no sentido de energia e que sinergia foi proporcionada. Mistura de emoções com choros e sorrisos de alegria, encontros e desencontros, que foram ocasionadas por um repertório repleto de sentimentos – características próprias de uma banda alternativa e com identidade singular como Los Hermanos.
“Todo Dia”, “O Vento”, “Todo Carnaval Tem Seu Fim”, “Corre, Corre”, “Primeiro Andar”, “A Outra”, “Morena”, “Pois é” e “Sentimental”, que por si só a música já emociona, imagina ela ao vivo e engana-se quem acha que foi só o público. Marcelo Camelo não conteve suas lágrimas, se emocionou junto do público gaúcho. Foi um momento único e marcante tanto para a galera quanto para os músicos, mas haviam outras canções para se emocionar, pular e até dançar. No entanto foi com a música “Conversa de Botas Batidas”, que pareceu encerrar a noite. Os músicos saíram do palco já se despedindo de Porto Alegre e nem mesmo com os gritos do público “por mais uma” fez com que eles voltassem logo. Gerou um clima de tensão e dúvidas sobre a noite encerrar ali, tão cedo, mas para o delírio e novamente calmaria, a banda voltou para finalizar com um verdadeiro bloco de carnaval com “Deixa O Verão”, “Azedume” e por fim “Pierrot”.
O show terminou próximo da meia noite com o público ainda eufórico, mas o sentimento de ter a alma lavada. – Que noite!, – Que show, frases que vinham de um grupo próximo, que estavam expressando sobre aquele momento.
Porto Alegre pode ter ficado para trás comparado aos números, motivo, talvez, pelo anúncio dos shows que foram divulgados aos poucos (capital gaúcha foi anunciada depois) deixando o público ansioso para prestigiar a banda, mas conforme esta resenha, não teve momento ruim. Foi até prazeroso estar próximo de um show, talvez, intimista comparado ao que ocorreu há quatros no estádio Beira Rio.