Painel sobre novos caminhos do país abre o Fórum da Liberdade

Fórum da Liberdade Foto: Divulgação

O painel Novos Caminhos iniciou as atividades da 32ª edição do Fórum da Liberdade, promovido pelo Instituto de Estudos Empresariais (IEE), que acontece entre hoje (8) e amanhã (9), no Centro de Eventos da PUCRS, em Porto Alegre. Participaram o filósofo e articulista, Denis Rosenfield; o vice-presidente de Administração das Empresas Randon, Daniel Randon; e o empresário e presidente do Instituto Cultural Floresta, Leonardo Fração. O momento contou com a mediação do diretor de Formação do IEE, Diego Carvalho.

Rosenfield trouxe como tema principal a política e a atual situação do país. “Atualmente há dois conceitos de política que estão se confrontando: um baseia-se na distinção entre amigos e inimigos; o outro, na negociação”, afirmou Rosenfield. Segundo o filósofo, o primeiro é uma política totalitária e o segundo uma política democrática. “O conceito totalitário vem da lógica militar, da guerra. A política não entra na lógica da guerra. Ela só aparece na hora da negociação ou no pós guerra, quando se precisa de diplomacia”, refletiu.

Para Rosenfield, o presidente Jair Bolsonaro apostou na narrativa de amigos e inimigos que, durante a campanha, foi bem conduzida por ele em suas redes sociais, mas que agora não faz mais sentido. “O governo atual joga dentro das instituições democráticas, porém, com uma narrativa que não se adequa a negociação.” Ainda segundo o filósofo, o governo atual tem dificuldades em conversar com os parlamentares devido a essa mesma estratégia errônea. “Esta forma de falar de amigo/inimigo está matando a pauta liberal. A solução fica mais complexa porque não é possível que a narrativa conspiratória termine com um desprezo pelos valores liberais. Somos reféns de uma relação de amigos e inimigos. Nem a crítica é mais aceita. O projeto reformista liberal está patinando”, finalizou.

O vice-presidente de Administração das Empresas Randon, Daniel Randon, abordou a “Transformação: sentido único – novas oportunidades para o futuro”. Além de contar um pouco da história da própria empresa, que enfrentou momentos turbulentos e diversos cenários em seus 70 anos, Randon ressaltou os momentos de incertezas do país e como a instabilidade do cenário externo, os processos burocráticos, a carga tributária e a falta de reformas afetam a economia do país. “A volatilidade cambial e do mercado sempre irá existir enquanto o Brasil tiver essa economia mais pujante. O país tem potencial, mas tem que se fazer o dever de casa. O momento de pensamento liberal é agora”.

Além de trazer algumas empresas que tiveram um rápido crescimento, como a Amazon, Randon enfatizou a importância de se trabalhar a tecnologia dentro das empresas, como a realidade virtual e a inteligência artificial. “A produção do futuro será cada vez mais um commodity”, afirmou. Outro ponto abordado foi o de assumir os riscos no mundo do empreendedorismo. “Como empreendedor, sempre foi um desafio assumir novos riscos. Mas é preciso assumi-los. Se errar, assuma o erro e encontre uma solução de forma rápida”, disse. Para finalizar, o empresário afirmou que é preciso desaprender para aprender e que os empreendedores precisam manter uma postura de protagonista frente à transformação. “Não olhar o outro, que questiona, como inimigo, mas sim, aceitar seus questionamentos para aplicar novas ferramentas”.

O último a se apresentar foi o empresário e presidente do Instituto Cultural Floresta, Leonardo Fração, que defende uma nova postura por parte dos empresários. “Se queremos um Brasil diferente do que temos hoje, temos que avaliar o nosso comportamento, por melhor que ele seja. O país que vivemos hoje não é o que gostariamos de viver”, afirmou. Enfatizou que os bem sucedidos dizem ter esforço e que os maus sucedidos dedicam o fracasso a má sorte. “Aqueles que possuem sucesso na vida tem a responsabilidade moral de ajudar aqueles que se esforçam, mas que não tiveram sorte”.

O empresário ainda apresentou o projeto de lei contra a violência pública criado pelo Instituto Cultural Floresta a partir do aumento do índice de violência no Estado. O projeto baseou-se em três pilares: oportunidade, sensação de segurança permanente e punição. Apesar de todos ganharem a atenção do instituto, foi escolhido um para dar início aos trabalhos. “Escolhemos o mais imediato e o objetivo final é ir além da Segurança Pública”, acrescentou. Fração relembrou o caso que desencadeou a crise de segurança no Estado e apresentou dados e amostras das doações realizadas a partir das arrecadações. “O potencial para 2019 é investir R$100 milhões em segurança pública”, revelou. Ao final, o empresário enfatizou que os problemas que o país enfrenta é de responsabilidade de todos. “O problema é seu. A solução também. Se quisermos viver em uma democracia, a única solução é a elite assumir o papel de ser além de gerador de riquezas e pagadores de impostos.”

Após as apresentações, o público participou com perguntas feitas por meio do aplicativo do Fórum da Liberdade e trouxe temas como problemas da política do país, lideranças empreendedoras, ecossistemas de empreendedorismo e atitudes e projetos para melhorar a sociedade e fazer a diferença.

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