A Dingo Bells, formada por Rodrigo Fischmann (voz e bateria), Diogo Brochmann (baixo e voz), Felipe Kautz (guitarra e voz) e Fabricio Gambogi (guitarra e voz), tem motivos de sobra pra comemorar. Dinossauros, música do primeiro álbum do grupo, Maravilhas da Vida Moderna (2016) já foi ouvida por, pelo menos, 2 milhões de pessoas. “É surreal”, acreditam. E, para celebrar, eles disponibilizam um vídeo inédito da música filmado durante o show de lançamento do primeiro disco do grupo, no Theatro São Pedro, em Porto Alegre, em 2016.
“A resposta do público desde os primeiros shows foi tão incrível, que rapidamente ‘Dinossauros’ subiu ao status de favorita. A gente achou que as pessoas gostariam de se distanciar da melancolia. Mas todo mundo tem seus momentos nostálgicos, de questionamentos, de dúvidas, de medos e de saudade. Essa música tem tudo isso e acredito que, justamente por passar todas essas sensações de forma sincera, que ela seja tratada com tanto carinho pelos fãs”, Rodrigo Fischmann.
A direção do trabalho foi assinada por Henrique Schaefer e Lucas Cassales e está disponível no canal do Youtube da Dingo Bells.
O vídeo, gravado ao vivo, começa com o som do violão da introdução e as cadeiras de tecido vermelhas vazias, sendo ocupadas apenas pelo som do público. Até que a banda entra no primeiro verso cantado em coro com os fãs: “Hoje eu me sinto como decerto se sentiram os dinossauros/Quando de longe lá do alto avistaram/Iluminado no espaço sideral”.
O registro do teatro lotado, mostrando a reação da platéia, é um símbolo de agradecimento a quem os acompanha e contribui para o que está acontecendo no momento presente, quando dois anos após, lançaram o segundo álbum Todo Mundo Vai Mudar (Natura Musical). No entanto, Dinossauros ainda faz parte do setlist dos shows e é um dos momentos de ápice, o que muito orgulha os integrantes, principalmente pela mensagem tão cabível a este momento.
A imaginação é o tema central da poesia da música. Ela trata do quão cruel é podermos enxergar o limite de nossa capacidade de imaginar, e esse bloqueio é causado justamente pelos enfrentamentos dos fatos do dia-a-dia, “os problemas reais”, como revela a letra. Talvez seja justamente a canção, a arte, a criação, a responsável por ultrapassar essa falta de subjetividade do mundo contemporâneo, que ocasiona uma aspereza cotidiana.