Mallu Magalhães mostra, em Porto Alegre, ao que veio

Foto: Rayana Garay/ProjetoFragmentado

Com a tour do seu quarto disco, Vem, lançado em junho,
Mallu Magalhães,
fez  festa com o público gaúcho apresentando-o no bar Opinião no último sábado

 Por Paulo Guedes

Na tour que começou em junho, em Portugal, onde a atriz e compositora mora, traz o show a capital cantando as 12 faixas do álbum, algumas outras de seus antecessores, além de sucessos da Banda do Mar, grupo formado juntamente com o baterista português Fred Ferreira e o vocalista da banda Los Hermanos Marcelo Ferreira.

Foto: Rayana Garay/ProjetoFragmentado


O show, que aconteceu no palco do bar Opinião, trouxe o que de melhor o novo álbum apresenta: muita bossa nova, samba, um pop eletrificado  e MPB, regados de uma banda incrível que juntos com a voz de Mallu, conseguem fazer deste um dos melhores shows nacionais em exibição no momento. O álbum foi gravado em três cidades: São Paulo, Rio de Janeiro e Lisboa e é possível sentir essas influências na sonoridade do trabalho. Já nas primeiras notas de Linha Verde o transporte para Portugal é inevitável, assim como na música São Paulo para uma roda de samba no meio do show.

Foto: Rayana Garay/ProjetoFragmentado
Foto: Rayana Garay/ProjetoFragmentado


Recentemente, a cantora esteve envolvida em acusações de racismo, pelo fato de no seu clipe de estreia do novo álbum,
Você não Presta, contracenar com dançarinos negros. Indo de encontro a essa polêmica, Mallu cantou a ótima Culpa, da banda O terno. Que parafraseando fala: “Será que as coisas que eu faço penso que não têm problema, na verdade são pecado… minha culpa, culpa minha de pedir perdão, culpa de fazer sucesso, culpa de ser um fracasso…” que de certa forma pontua o ódio público por artistas que pensam de forma diferente da gente (MESMO QUE NÃO SEJA INTENCIONAL) e que caracteriza essa nossa era da internet.

Todo este contexto de polêmicas que se envolveu, não fez com o que o show deixasse a desejar em algum momento. Parece que exatamente nesse ponto, Mallu conseguiu forças para dizer o que pensava, ou melhor, cantar o que pensava.

Foto: Rayana Garay/ProjetoFragmentado


Marcado para às 20h, o show começou com 30 minutos de atraso, quando
a banda surgiu e ela, com um semblante tímido e contente, veio logo atrás. O público era majoritariamente jovem adulto, mas também formado por adolescentes, mais ou menos na idade em que Mallu começou a compor e externar suas canções para o mundo. O que pude observar foi que essa plateia, assim como esse interlocutor que vos fala, cresceu junto com nossa anfitriã da noite. Nos pés da cantora, duas garrafas de água para manter as cordas vocais hidratadas.

Tendo começado numa pegada mais instrumental e introspectiva, o show aparentemente morno, transformou-se rapidamente em um baile regado ao batucão dançante do samba eletrificado de Mallu, mostrando seu auge na música São Paulo, e deixando provado que esse CD, essa banda e essa nova turnê não tem nada de calmaria.

Foto: Rayana Garay/ProjetoFragmentado

Após ter essa experiência e pegar um pouco da energia que emitia faíscas do palco, posso dizer que assisti um show completo como há tempos eu não ia. Aliás, mais uma vez parabéns pela banda, que apesar de ser grande, Mallu fez questão de apresentar no palco, e também pudera: que show meus senhores. Vitor Cabral na bateria, Fabio Sameshima no baixo, Cássio Ferreira na percussão, André Lima na gaita e teclado, Davi Bernardo na guitarra e Rodolfo Guilherme no trompete fizeram um show à parte..

“Muito obrigado por vocês terem vindo aqui, essa noite tá linda! Mallu não cansava de dizer para o público.

A última música do show foi “Você não presta”, o primeiro single do álbum VEM. Inclusive Mallu, depois desse baile que foi sábado, Porto Alegre já tá te esperando de braços abertos para uma próxima vez. Vem!

 

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