Por Paulo Guedes
Trazendo a tour do seu segundo disco, Problema meu, para o bar Opinião no último sábado, dia 08/07, Clarice Falcão trouxe um pouco da sua atuação irreverente para os palcos gaúchos.
Na tour, que estava em pausa desde março, Clarice trouxe um pouco das suas músicas representadas pela sua teatralidade e musicalidade que beiram um musical teatral. O que mais chama a atenção no show é a mistura de momentos musicais com momentos de atuação, seja contando histórias ou fingindo estar sendo arrastada por um garçom como nas músicas bregas de Reginaldo Rossi.
Marcado para às 20h, o show começou com 25 minutos de atraso, quando a banda de Clarice surgiu e ela elegantemente veio atrás. O público era misto, formado por adolescentes desde 14 anos, inclusive alguns acompanhados dos pais, muitos jovens, casais e muitos adultos, atraídos, eu acredito pela densa sonoridade com que Clarice nos brinda no show.
Do lado direito, uma mesinha com um copo de Whisky e uma garrafa d’água para Clarice brindar e bebericar o quanto quisesse. Com um semblante feliz, como de costume, a cantora agradeceu a presença de todos com um sonoro “Boa Noite Porto Alegre, muito obrigado por vocês estarem aqui”. Ao ser beijada no rosto por um menino que subiu no palco durante a música Macaé, Clarice disse que ele era um ator contratado e toda a plateia caiu na risada.
No show, Clarice cantou todas as músicas do disco Problema Meu, alguns sucessos de seu primeiro trabalho (“Talvez”, “Eu Me Lembro”, “Monomania”, “Eu Esqueci Você” e “Capitão Gancho”), além de faixas bônus (“Robespierre”, faixa descartada do disco novo, e o cover de “Survivor” da banda Destiny’s Child). O show é finalizado com “Como é que vou dizer que acabou” em um primeiro momento e depois, após o público pedir bis, canta “Vagabunda”, deixando de fora os maiores sucessos da carreira lançados no primeiro álbum, como “Oitavo Andar” e “De Todos Os Loucos do Mundo”.
Clarice declarou: “trouxe na mala uma infinidade de casacos mas não usei nenhum, já que o inverno porto-alegrense tem suas calorosas surpresas”, como foi o final de semana de 28º na capital.
Além de tocar vários instrumentos e introduzir gêneros até então inéditos em suas músicas, em contraponto com o primeiro álbum, o disco é identificado como uma obra influenciada pela vertente feminista, como externado no show pela artista. Ao homenagear as divas feministas e as mulheres que deram voz a este movimento, ela canta a música “No Meu Cross Fox – Eu Sou Stefhany ”, grande meme da internet brasileira em 2006.
Sobre sua vida, seus relacionamentos e suas composições, sempre irônicas e cheias de comédia, Clarice anunciou recentemente que estreará em breve um especial do Netflix, com participação da banda Exército de Bebês, gravado no Teatro Bradesco, na cidade do Rio de Janeiro.
Calorosamente aplaudida ao final do show, o público fica no aguardo do lançamento do aguardado próximo disco e desse especial do Netflix. Clarice, de todas as loucas do mundo eu quis você e isso não é irônico.