Notas, textos e tetos: Não vou ler é textão

Sempre vai haver um primeiro olhar de julgamento antes de saber o conteúdo. É o medo do desconhecido, normal do ser humano. Seja pela forma de se vestir, uma frase incompleta numa conversa que você chega de repente ou até mesmo naquele texto nas redes sociais.

As coisas estão acontecendo muito rápido e tempo é precioso. Quem vai querer perder o time numa leitura aprofundada se pode ler apenas os resumos no Facebook? Claro, é um jeito de se informar, mas nem todas as informações estarão completas. Falta sempre aquela mensagem que faz todo o sentido, que pode ser essencial para tua vida. No entanto, você acaba deixando escapar por falta de tempo ou simplesmente desinteresse.

É muito comum isso. Eu mesmo terminando o curso de Jornalismo não cumpro uma leitura aprofundando, apenas as que me interessam. Criei um instinto curioso que deve sempre estar informado. Nem todos têm isso, não julgo. Talvez, aquilo seja de importância para uma pessoa e você nem leva em consideração.

Um exemplo: se eu for noticiar algum acontecimento, é óbvio que devo pesquisar sobre o assunto, pegar as principais informações e repassar ao público. Mas nesse caso, a jornalista não estava fazendo o papel dela. Era apenas uma moça tentando transcrever todo o seu sentimento guardado. Ao invés de escrever logo um lead – termo no jornalismo que fornece a informação básica, fez um enorme texto, parecidos com aqueles de vestibular com introdução, desenvolvimento e conclusão, e agora, para rimar ERA TEXTÃO.

O seu destinatário não quis ler. Era grande demais. Mal sabia ele que através das mais de vinte mil palavras explicava tudo o que ela sentia. O quanto era difícil de esclarecer e entender certas coisas. Ela queria deixar claro o que estava passando, mas ele não se importou: “Não gosto de textão”. Deixou-a escapar. Poderia ser erro dos dois, a falta de paciência e interesse dele, como também a simplicidade dela em explicar sobre “as coisas”. Tudo, na realidade, podia ter sido resumida em três palavras: eu te amo. Ou em cinco, tipicamente deles: vamos meter o loco juntos?

Entre tantas palavras, que se misturam sentimentos de incertezas e a futura felicidade, foi resumida em atitudes. Isso tudo evitaria novos problemas que ainda seguem, no entanto o transtorno não era o textão, era o moço: a falta de interesse dele.

É como uma notícia, você só abre se tiver interesse, senão segue teu feed nas redes sociais e parte para outro.

É textão, não vou ler.

 

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