Ximbicrônico: Guia

Por Gilberto Malheiros

O embalo da noite é através do “fingers crossed” a todo volume no meu fone e todo álbum Home for Home do Millencolin. Antes disso eu estava escutando com sentimento todos os Rios e as Cidades e as Arvores do Fresno, que junto com o Ciano são os meus preferidos.

Maneiras diferentes de ver, perceber e antever situações futuras. Cada micro cápsula de universo ao longo de todas as ruas da cidade contém as mais variadas tramas. Esse texto é uma pedra nova que eu achei na rua. Com essa pedra, eu não quero quebrar o vidro das janelas, mas um barulho dela batendo em algo, eu certamente desejo escutar.

Abrindo alas do meu destino “desenhado” diariamente lanço na rede doses experimentais dos dias que ando vivendo. Nesse “comunicare” a milhão dos nossos dias, percebi o quão fácil é mudar de idéia, caminho, meta, sentimento e opinião.

O difícil de aceitar esse “espiral de mudanças” – livro que eu to lendo- em que, com algo já pré-estabelecido, decidido, traçado já é bem difícil de conseguir. Somos malabaristas e temos um “jogo de cintura” sem igual, é só parar e ver como nós somos versáteis e criativos diariamente. Somos “Os Adaptáveis”.

A verdade é que nós somos nossos próprios reféns e negociadores. Eu acordo, adquiro uma nova meta na lojinha dos meus pensamentos positivos e logo depois, acabo por descartá-la sem nem saber se valia pena ou era o que realmente queria.

É muito caminho criado e planejado, mas pouco caminho percorrido. Estabeleça um norte, vá em frente até o final e saia correndo atrás dele sem olhar pra trás. Tá, mas se meu norte mudar? Se meu sentimento e vontade mudam? Então não era realmente aquilo que você queria, Ximbica.

Olha, vou tentar ir andando no caminho que estiver me parecendo certo e que me faz bem. Se o caminho se tornar cansativo e difícil, mas eu ainda querer percorrê-lo por qualquer motivo, eu vou continuar. Complexo o querer, né? Complexo a grana, o bem-estar, a crise de rinite, a chuva forte e todo restante que não sai como o esperado.

Pensa naquela parada da utopia do Galeano “A utopia está lá no horizonte. Me aproximo dois passos, ela se afasta dois passos. Caminho dez passos e o horizonte corre dez passos. Por mais que eu caminhe, jamais eu alcançarei. Para que serve a utopia? Serve para isso: Para que eu não deixe de caminhar.” Galeano foi mais profundo aí. Mas é mais ou menos isso, o querer, o almejado e todas essas coisas.

Ele escreveu, pela minha interpretação, como se tivesse um objetivo. Porém, eu acredito que isso em parte vale para as vontades. Que essas mudam e vamos sempre caminhar atrás delas. Usaremos a nossa criatividade e o que estiver disponível para ir atrás dessa bolinha invisível de luz que nos guia. Vamos nos adaptar, como eu me adaptei nesse texto que mudou de assunto e terminou assim.

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