As mesmas coisas

Por Gilberto Malheiros

Aprendendo a não olhar pra trás com rancor no DVD do Oasis, no Maine Road 1996, sentado no sofá, cantando sozinho sem perceber. Sensações de felicidade, uma nostalgia estranha, uma caixa de esperança jogada pra frente.

Lembro das minhas pequenas histórias, dos meus filmes sem final feliz, das minhas incertezas, do meu coração chamuscado de falsos amores e dos meus melhores momentos inventados. Eu reorganizei meu quarto nesse carnaval. Abri meu guarda-roupas e fiz a separação dos sonhos que não quero mais.

Lá no meu quarto, no meio dos meus livros, em cima da mesinha, separei bastante papel pros novos capítulos de meses futuros. Corrigi muitas coisas no ano que passou. Tentei me redimir dos meus tropeços da calçada do amadurecimento, e confesso, ralei mais do que meus joelhos nesse processo.

Eu garanto que vi as mesmas coisas, porém, de uma maneira bem diferente. Hoje, interpreto os mesmos textos, as mesmas músicas e as mesmas pessoas de uma maneira diferente.

O relógio faz o tic-tac de sempre, o sol está nascendo todo dia como sempre, a chuva cai da mesma forma de antes, a grama ainda está verde e eu ainda não estou careca. Só sei que mudei alguns pontos de vista, mas ainda não comi todas as Traquinas do pacote.

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