Crítica: Animais Fantásticos e Onde Habitam

Atenção!  Essa crítica contém Spoilers

Por Thiago Muniz

Já faz cinco anos que nos despedimos, não só do mundo mágico de Harry Potter nos cinemas, como também de uma das maiores franquias da história  os ovos de ouro da Warner Bros. Eu estava no final de tudo isso. Participei, em 2014, da première de Relíquias da Morte – Parte 2, no Morro da Urca (Rio de Janeiro).  Esse evento, que contou com a presença de Tom Felton, o eterno Draco Malfoy, reuniu também diversos fãs, que estavam aos prantos com tamanha emoção. Pois cada momento vinha a lembrança de ter crescido junto da magia e, naquela ocasião, foi o último adeus. Podia perceber que logo seria temporário, afinal se tratarmos questão de dinheiro, a franquia, com seus oito filmes juntos já arrecadaram mais de 7 bilhões de dólares. E na telona tudo é um ciclo, o fim pode apenas significar o fim por alguns anos. Eis que, em 2013, os produtores, finalmente, dão a notícia que todos os fãs estavam esperando com urgência: de que o universo fantástico, criado pela escritora J.K Rowling, iria voltar aos cinemas com uma trilogia baseada no livro Animais Fantásticos e Onde Habitam.

Em apenas dois dias, o filme arrecadou cerca de 20 milhões de dólares Foto: Reprodução
Em apenas dois dias, o filme arrecadou cerca de 20 milhões de dólares
Foto: Reprodução

Alguns anos depois e, então, temos o resultado e a confirmação de que agora serão cinco filmes lançados. Cada qual terá a diferença de dois anos e será passado em países diferentes. Com o primeiro filme em cartaz, só essa semana, já arrecadou mais de 23 milhões de dólares em apenas dois dias no mundo.  Temos a certeza de que uma nova e empolgante franquia está começando, tomando seus próprios rumos e não se distanciando de Harry Potter, mas sim,  expandindo ainda mais as histórias que já conhecíamos tão bem.

Na trama, que primeiramente não parecia mais do que uma boa comédia fantástica, logo foi se tornando mais complexa à medida que novos trailers e detalhes da história foram sendo divulgados. Além do atrapalhado Newt (Eddie Redmayne) perdendo seus animais pela Nova York da década de 1920, descobrimos a verdadeira temática da nova franquia: mostrar a relação de amor e ódio; a famosa grande batalha entre Alvo Dumbledore e Grindelwald, bruxo obcecado pelas Relíquias da Morte e também por uma “nova ordem mundial”, que se tornou uma ameaça ao mundo bruxo.

O filme apresenta novos personagens cativantes que acrescentam carisma a história Foto: Reprodução
A temática da franquia tem relação com amor e ódio
Foto: Reprodução

Além de Newt, essa nova fase nos apresenta outros cativantes personagens que acrescentam carisma a história. Se você sentia falta de rir das confusões de Rony Weasley, logo vai se atrair pelo trouxa (ou no-maj, como são chamados na América) Jacob (Dan Fogler), que passa de alívio cômico para uma das personagens que mais conquistam nossa atenção. Assim como Tina (Katherine Waterston), que é a ponte de acesso ao Congresso Mágico dos Estados Unidos da América (MACUSA) e aos dramas enfrentados pelos bruxos locais; sua irmã, Queenie (Alison Sudol), que tem o poder de ler mentes e consegue tirar de personagens reservados como, por exemplo, Newt, informações que jamais seriam ditas.

Credence, interpretado pelo talentosíssimo Ezra Miller, é o lado sombrio que estávamos procurando para dar a franquia um tom mais adulto e perigoso, legado dos últimos filmes de Harry Potter, completado por Percival Graves (Colin Farrell). E a grande surpresa, que foi revelado apenas alguns dias antes da estreia, a presença de Johnny Depp como Grindelwald. Apesar de ser muito curta para qualquer tipo de julgamento, tendo em vista que o ator passou por diversas polêmicas esse ano, é marcante como tudo que ele costuma fazer.

O mundo mágico de Harry Potter está em boas mãos Foto: Reprodução
O mundo mágico de Harry Potter está em boas mãos
Foto: Reprodução

Comparações à parte, a direção de David Yates nunca esteve tão boa. Pois mostrava domínio dos ângulos de câmera, que surgiram ainda na franquia Potter, além do roteiro bem amarrado escrito pela própria J.K Rowling, que fez sua estreia no cinema. Essa foi a forma de cada ação leva a uma reação e movia o filme sempre para frente, deixando empolgante.

Animais Fantásticos e Onde Habitam é um frescor necessário para um ano tão repleto de blockbusters ruins e sem conteúdo, além de nos proporcionar o retorno ao mundo que aprendemos a amar. Só isso já é desculpa para ir ver o filme e se emocionar, se entregar novamente a magia e conhecer novos caminhos. O resultado é ótimo e a franquia tem muito que nos apresentar ainda. Podem ficar aliviados que o Mundo Mágico de Harry Potter está em boas mãos, está mais adulto, porém nunca deixará de ser fenomenal.

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *